“Ficamos em Messines, ponto de sahida
para Silves, a primeira cidade algarvia que attrahe a nossa curiosidade de
viageiros. Estação deserta. Nem mais um passageiro, além de nós. A madrugada
húmida traz-nos arrepios por uma noite mal dormida. Vae clareando. Em torno, a
paisagem tem todas as gradações do verde, n’uma harmonia suavíssima, desde o
azeitonado da alfarroba té ao alegre-claro das amedoeiras que orlam as
estradas, povoam cerrados e vão ainda entresachar as fiadas interminas de figueiras,
que coroam montes e colinas – acocorando-se em manchas, pequenas e redondas com
manjericos – a rastejar pela terra calcinada os seus braços contorcidos.”
in: João Arruda, Cartas d'um Viajor, 1908, p. 75 e 76
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