No
censo de 1890 a vila de Loulé contava com 18 872, e no de 1900, com 22 478
habitantes[1],
mantendo-se a tendência do aumento populacional na viragem do século XIX, para
o século XX.
O
crescimento populacional verificado constitui um factor determinante para o desenvolvimento
proto-industrial da vila onde, nos finais do século XIX e nos inícios do século
XX, se desenvolveram algumas indústrias, já com alguma tradição no concelho em
séculos anteriores, tal com a indústria caseira de esparto. Existia algum dinamismo
no sector têxtil, mas a actividade de maior destaque era, sem dúvida, a
manufactura do calçado[2].
A
esse respeito, Silva Lopes, diz-nos, que havia em Loulé “… fabricas de
cortumes, e olarias em que se fazem cantaros e alcatruzes, que são procurados
por todo o Algarve e parte do Alêm-Tejo, para onde são exportados”[3].
[1] In: Febres
Infecciosas – Notas sobre o concelho de Loulé, Geraldino BRITES, Imprensa
da Universidade, Coimbra, 1914, p. 104.
[2]
Vide: Maria da Graça Maia MARQUES, O Algarve da Antiguidade aos nossos dias,
Edições Colibri, 1999, pp.394 – 395.
[3] In: João Baptista Silva
LOPES, Corografia ou Memória Económica, Estatística e Topográfica do Reino
do Algarve, 1.º Volume, Algarve em Foco Editora, p. 311.