abril 30, 2012

Maias

 Maias, Estói - 2005


Maias, Estói, 2005

Os Maios

Nos três primeiros dias de Maio, é também tradição, nomeadamente em Estói (c. de Faro) arranjarem-se grandes bonecos de trapos, enfeitá-los e colocá-los em cima do telhado ou no jardim; chamam-se “Maios” ou “Maias”, consoante o sexo representado. Estes bonecos personificam a Primavera e a fecundidade, e a origem desta tradição estará em certos costumes da Roma pagã, ligados ao culto da natureza.

abril 29, 2012

"Atacar o Maio"

A tradição manda "atacar o Maio" comendo figos secos condimentados com erva-doce, acompanhados com aguardente de medronho.

abril 28, 2012

Dia de Maio no Algarve

Reza a lenda que “quando Cristo andava pelo mundo, foi procurado pelos judeus para o matarem, e como estes o vissem entrar para uma casa, colocaram-lhe à porta um ramo de giestas, para no dia seguinte o prenderem. Nesse dia, porém, todas as casas da povoação apareceram marcadas, e os judeus não puderam dar com ele”, daí a tradição da festa do maio (ou giestas - flores) a enfeitar as casas.

No Algarve o 1.º de Maio é celebrado em várias locais, podendo apresentar algumas alterações de localidade para localidade.

abril 26, 2012

Manuel Teixeira-Gomes e o Algarve

"Eu julgo que a realização perfeita da paisagem marítima grega, tal como os poetas da Antiguidade a conceberam, está no troço da costa do Algarve, entre a Ponta do Altar e a ponta da Piedade, isto é, desde a barra de Portimão até ao fecho da baía de Lagos. Pouco paisagista, os Antigos não nos deixaram descrições miúdas nem pinturas copiadas de trechos predilectos das costas da Grécia, das ilhas Jónicas, da Ásia Menor, da Sicília, nem de Nápoles, que era a parte principal, e a mais bela, da grande Grécia. Mas nalgumas paisagens dos seus poemas, e num ou noutro pano dos ‘frescos’ de Pompeia, desenharam-se perspectivas de costa e mar que idealizavam os modelos de hoje fáceis de rever. Sobre essas paisagens, não tais quais elas existem, mas tais como poderiam ser apurados os elementos que as compõem, formou-se uma tradição por assim dizer livresca, mas indestrutível, que faz com que ainda nos bancos da escola todos nós tenhamos mais ou menos a concepção de uma paisagem marítima grega; praias de areia fina e doirada; rochas de pitoresco recorte emergindo do mar cerúleo; arvores floridas, como a amendoeira, debruçando-se sobre as águas tranquilas de curtas enseadas, etc. Os poetas da Renascença, e os seus pintores, quando tinham de preparar fundos aos quadros mitológicos, aproveitavam essa tradição e traduziam-na em linhas chamadas clássicas.”
in: Viajantes, Escritores e Poetas – “M. Teixeira-Gomes e o Algarve”, Ana Carvalho, p.149.

abril 12, 2012

Caracóis à Algarvia


Aproxima-se a época dos caracóis, por isso aqui fica a sugestão, alguém conhece mais receitas?

Caracóis à Algarvia

IngredientesPara 6 pessoas
2 kg de caracóis ;
sal ;
paus de oregãos

Confecção:

Oito dias antes de se cozinharem põem-se os caracóis dentro de um recipiente com furos e tapados com uma rede (ou com uma peneira) e dá-se-lhes farinha de trigo ou sêmeas. Durante este espaço de tempo, os caracóis eliminarão as toxinas que possam ter e a farinha ajudá-los-á a engordar.
Passado o referido tempo lavam-se os caracóis em várias águas com sal, esfregando-os. Os caracóis estão prontos quando na água não houver sinais de visco.
Introduzem-se os caracóis numa panela com água fria abundante e levam-se ao lume, inicialmente fraco e aumentando progressivamente o calor para que os caracóis deitem a cabeça de fora. À água junta-se sal grosso, e quando os caracóis estiverem praticamente cozidos adicionam-se os paus de oregãos. As folhas dos oregãos não devem fazer parte deste tempero porque transmitem aos caracóis um sabor amargo que não é apreciado no Algarve.
Os caracóis cozem durante meia hora ou, no máximo, 40 minutos.
Comem-se bem quentes, tirando-os das conchas com um alfinete.
Há quem junte um pouco de pimenta ou de malagueta.

Bom Apetite!




abril 05, 2012

Algarve, anos 60

«(…) Mas os tão saudosos, quanto conturbados, anos 60 assinalaram também os primeiros investimentos no turismo algarvio e o arranque de grandes empreendimentos, como os de Vilamoura e Torralta. Por isso, considero notável a sua profetização do turismo como principal sector de desenvolvimento socioeconómico do Algarve.



As palavras com que Vasco da Gama Fernandes fundamenta as potencialidades do Algarve para o incremento do turismo, constituem o cerne desta brilhante peça jornalística. (…) Demonstram-no afirmações tão modelares quanto aquela em que alude à singularidade do povo algarvio, numa espécie de simbiose entre o homem e o mar: "O mar imenso, nas suas complexidades e nos seus atractivos, modelou uma psique que não encontra semelhança noutro ponto do país. Vivendo, primordialmente, dele, o algarvio parece trazer na alma o alvoroço das tempestades e a quietude moirisca dos crepúsculos. É um ser àparte na comunidade portuguesa."


Essa singularidade do povo algarvio evidenciava-se também no dramático fenómeno da emigração e das alterações culturais (enculturação) a que se submetiam os portugueses além fronteiras: "...quando regressa, embora com modificações na sua maneira de ser é sempre o mesmo algarvio, individualista e orgulhoso, habituado à fartura e à pobreza, mas de espinha direita e alma lavada."»

Excerto texto de José Carlos Vilhena Mesquita, acerca do artigo de Vasco da Gama Fernandes, publicado na República, de 21-3-1960, intitulado "Algarve".

abril 03, 2012

Polvo à Algarvia

Uma sugestão para o almoço:

Ingredientes: 1 polvo congelado, 2 cebolas grandes, 2 dentes de alho, 50gr de azeite, 100gr de vinho tinto, 100gr de tomate pelado em pedaços, 1 colher de chá de massa de pimentão, 1 folha de louro, 1/2 ramo de salsa, sal e pimenta q.b.

(T): Coza previamente o polvo na panela de pressão com uma cebola, Corte-o em pedaços e reserve. Pique a cebola e os alhos e refogue em lume brando até a cebola estar translúcida. Junte o tomate, a massa de pimentão, o polvo em pedaços, o louro e o ramo de salsa. Regue com o vinho e tempere com sal e pimenta preta moída a gosto. Cozinhe durante aproximadamente 15 minutos, com o tacho tapado.

Sirva acompanhado de batatinhas novas cozidas com pele.

Bom apetite!

abril 02, 2012

Alcatruzes

Alcatruzes para a captura de polvo - PASTOR, Artur - Algarve : Portugal . Lisboa : [s.n.], 1965. 491 p.

abril 01, 2012

"Os guias e os prospectos de turismo bem me empurram: –Que não deixe de ir ver isto, examinar aquilo, verificar aqueloutro. Mandam- me à praia da Rocha tomar banhos oficiais em Janeiro; recomendam-me, em Sagres, o banco de calcário onde o Infante magicava; identificam-me a casa que viu nascer João de Deus; querem que relembre em Alvor a lenta e trágica agonia de D. João segundo, o maior e o mais infeliz rei de Portugal. Vou, mas fico na minha ..."
in: Portugal, O ALgarve - Miguel Torga