Inês Farrajota, empresária natural de Loulé
recorda que no verão, à semelhança de grande parte das famílias louletanas, «mudavam-se de armas e bagagens para
Quarteira.»
Lembra-se
bem das mulheres que apareciam com grandes panelas para vender batata-doce, de
manhã cedo na praia. Era um costume que, acredita Inês Farrajota, já vinha dos
anos 20 e 30, quando os algarvios se levantavam muito cedo e iam dar um
mergulho à praia logo de madrugada, para depois voltarem rapidamente para casa,
‘porque tinham medo que o sol fizesse mal’. A batata-doce, acompanhada de
aguardente, era para ajudara a aquecer o corpo depois do mergulho matutino.
À
noite em Quarteira animava-se uma pequena vida social, que incluía, até, uma
esplanada com orquestra a tocar, onde se ficava a jogar às cartas, a organizar
concurso, a eleger misses. ‘Havia bailaricos, e vinham pessoas das redondezas.
Aparecia a Simone de Oliveira e muitos fadistas.’ A animação era regulada pela
central eléctrica, que à uma da manhã emitia três sinais para avisar que a luz
ia ser desligada e que era hora de recolher.
Sem comentários:
Enviar um comentário