"(...) Vila Nova está numa situação pitoresca, rodeada de velhas muralhas, como todas as cidades do litoral que eram chamadas a defender-se das incursões dos barbarescos ou da pirataria não menos bárbaros.
Está situada na margem direita do rio com o mesmo nome, que é ele próprio formado pelo rio de Boina e a ribeira de Odelouca, que vêm desaguar no rio de Silves. A norte, existem as salinas e, com a ajuda da maré, sobe-se de barco até Silves. O comércio consiste em vinhos, fruta de toda a espécie, legumes, peixes de mar e de rio, todavia, até agora, faltava na cidade água potável, a qual se tinha de ir comprar longe e pagar caro. Graças ao Sr. Sarrea-Prado, Portimão terá e, breve água abundância; executou um projecto, aceite pela municipalidade, que alterará o estado das coisas e que permitirá os navios que fazem escala no porto não terem que ir a Estombar ou à Estrada de Monchique para a encontrar.
Em frente e na margem esquerda, Ferragudo está ligado a Portimão por uma boa estrada que acompanha o rio. Abriga uma população de pescadores e tem uma importante fábrica de conservas de sardinhas.
A entrada do porto, na embocadura do rio, era defendida por dois fortes: S. João na margem esquerda, que pretenderia parecer-se com Miramar, sem os seus jardins, e Santa Catarina do lado da cidade. (...)"
in:Gabriel de Saint – Victor (1824-1893)
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