junho 02, 2014

Contrato Sentimental, Lídia Jorge


"(…) não é do deserto que pretendo falar, é da minha pátria acessível, a mais privada, aquela para qual imagino uma nova Metrópole a organizar-se, diante do mar, e ainda que soe mal, por ela eu daria a minha vida, como aquele poeta mexicano, em relação a dez dos seus lugares.

                Refiro-me ao Algarve, uma região que se manteve durante séculos autónoma em relação ao país, mesmo no plano simbólico, de tal modo que por vezes os monarcas só a nomeavam depois de darem a volta ao Mundo, na enumeração que faziam dos seus territórios privados. (…)"

Contrato Sentimental, Lídia Jorge – Sextante Editora, 2009.p.149

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