agosto 26, 2014

Igreja S. Lourenço - um pouco de história


"Edificada na primeira metade do século XVIII. Tem uma só nave com planta longitudinal e capela-mor coberta por uma cúpula. É de realçar o retábulo em talha nacional e o revestimento de azulejos setecentistas com cenas da vida de São Lourenço, que constitui um dos mais importantes conjuntos azulejares do país"

agosto 24, 2014

Almancil


"(…)

Perto da igreja corre o ribeiro de Almancil, que nasce em huma caudalosa fonte chamada o Olho da Alfarrobeira, e tem huma ponte de alvenaria a E. perto da igreja. Mais abaixo cortando a estrada de faro, já com o nome de ribeiro de Ludo, tem outra bella ponte de cantaria feita pelo bispo D. Francisco Gomes."

in: João Baptista Silva LOPES, Corografia ou Memória Económica, Estatística e Topográfica do Reino do Algarve, 1.º Volume, Algarve em Foco Editora, p. 315.

agosto 22, 2014

Igreja de S. Lourenço - Almancil


Na sequência do post sobre a criação da freguesia de Almancil


"Esta igreja he notável pela beleza com que estão pintados nos azulejos, de que todas as paredes estão revestidas, todos os passos da vida do Santo, e pela delicadeza do altar, cujas almofadas são de alabastro preto, e de varias côres, colhidos alli mesmo. Tem de rendimento 80 mil réis, bons paramentos, e casas suficientes, que podem servir para a residência do parocho; pelo que a todos os respeitos foi bem formada esta nova freguezia, que no decreto de 6 de novembro de 1836 vêm mencionada em a nova divisão administrativa do reino. "

in: João Baptista Silva LOPES, Corografia ou Memória Económica, Estatística e Topográfica do Reino do Algarve, 1.º Volume, Algarve em Foco Editora, p. 314.

agosto 20, 2014

Almancil - criação da freguesia

"(…) a Junta do Districto de 1836… separou mais huma porção de terreno para formar uma nova freguezia denominada S. Lourenço dos Matos ou de Almancil, suprimindo a de S. João da Venda, que, pertencendo ao concelho de faro, tinha no de Loulé huma grande parte dos freguezes com a ermida se S. Lourenço, cujas rendas administrava a camara..."

in: João Baptista Silva LOPES, Corografia ou Memória Económica, Estatística e Topográfica do Reino do Algarve, 1.º Volume, Algarve em Foco Editora, p. 314.

agosto 19, 2014

Aviso à navegação

O blog nunca vai de férias, só a blogger por isso continuem a seguir os posts!
Obrigada! :)

agosto 16, 2014

Algarve também é praia!


Ermida de Nossa Senhora da Orada - Albufeira

Um bocadinho de História

Desconhece-se ao certo a data da construção da capela primitiva, provavelmente construída no século XVI. Esta sofreu diversas campanhas de obras. O seu aspecto actual corresponde à segunda metade do século XVIII, grosso modo.
No ano de 1578 D. Sebastião nomeia como ermitão Pero Simão, morador na vila de Albufeira, atestando deste modo a sua existência já no século XVI.
A ermida foi construída num local ermo e deserto, em frente da Torre de Vigia da Baleeira, num vale cercado a Oeste, Este e Norte por montes relativamente elevados e a Sul, pela rocha da ponta da Baleeira.
No seu interior a ermida apresenta ex-votos que evocam os milagres e os dramas da vida dos mareantes, sendo que este se trata de um templo de devoção dos pescadores.

Em 1941 foi construído, junto à ermida, o Convento da Orada, entregue à Ordem das Carmelitas Descalças, ordem extinta logo em 1948.   

agosto 13, 2014

Ora bolas!

Há assuntos que são assim... recorrentes, cíclicos, repetitivos (talvez), mas a verdade é que voltamos sempre a eles, neste caso a elas! Ora bolas!
É isso mesmo, as famosas bolas-de-berlim estão de volta às praias e ao nosso blog! A novidade deste Verão de 2014 são as bolas-de-berlim com massa de alfarroba!
Que dizer?! Sou conservadora por natureza, e há clássicos que me "perseguem", nas bolas a história repete-se, prefiro as tradicionais bolinhas com ou sem creme.
As de alfarroba não são más, mas também não são boas... não convencem, a começar pelo aspecto... parecem bolas comuns que simplesmente se queimaram! Ora vejam:



São mais secas do que as outras e no fim têm um travo a algo, presumo que à tal alfarroba.

Prefiro as "originais":


Procissão por mar

Procissão por mar - Senhora da Orada, Albufeira, 2011

agosto 11, 2014

Oração Senhora da Orada

Ó Virgem Maria
Nossa Mãe amada
Ouvi nossos rogos
Senhora da Orada.

Devota capela
A vós consagrada
Ficou dando o nome
Ao Vale da Orada.

E todos os anos
Em vosso louvor
Milhares de crentes
Cantam com fervor
(…)
E dos Navegantes
Lá no alto mar
Sois, Mãe da Orada.
Estrela Polar

Sois farol e guia
Dos filhos que amais
Senhora da Orada
Bendita sejais.

(…)

agosto 10, 2014

Senhora da Orada - cont. 3

A espacialidade da festa – a ligação ao mar – uma história recente que confirma a vitalidade de uma tradição secular…

A partir da década de 70 do século passado o trajeto da procissão passou a ser feito por mar, certamente devido à realidade da vila de então, em que a pesca já não representava a atividade principal de Albufeira.
Durante o Estado Novo o cortejo era acompanhado ao som da Banda da Mocidade Portuguesa, hoje em dia é pela Banda Filarmónica de Paderne.
O atual percurso faz-se por mar, a imagem da Senhora da Orada entra numa embarcação típica, transportada pelos pescadores de Albufeira, no cais do Porto de Abriga (perto da marina) e percorre a costa até à praia do INATEL, mantendo a sua forte ligação com os homens do mar.

À multidão de fiéis juntam-se agora também os turistas, a festa ganha uma nova dimensão, mas a sua origem mantém-se, esta é a padroeira dos pescadores e o seu culto remonta a uma época anterior ao século XVII. Ou seja, apesar do crescimento turístico, a raiz e a vocação piscatória é anualmente evocada através da celebração de Nossa Senhora da Orada.

P.S.B.

agosto 09, 2014

Senhora da Orada - cont. 2

A dinâmica económica e social da festa

A festa era um acontecimento muito importante no calendário da vida social albufeirense, durante meses a comunidade piscatória envolvia-se nos preparativos da festa, este era, a par da festa do Senhor dos Passos, o grande acontecimento do ano, “era dia de vestir a roupa nova, preparada semanas antes”, relembram os mais velhos.
Nos dias de festa realizava-se também a feira da Orada, no adro da ermida, esta foi instituída por D. José, a 21 de Maio de 1766: “…devotos da Irmandade de N. S.ª da Orada venerada na Igreja junto á Vila de Albufeira me apresentaram por sua petição para ele poderem trazer aquela igreja com toda a ordem culto e veneração (…) e porque a Imagem da mesma Excelsa Senhora, é muito milagrosa e se festeja no dia 15 de Agosto em que nesse dia há grande concurso de gente ao dito sitio pretendem fazer no mesmo dia uma feira franca aplicando-se o terrado para o culto da mesma Senhora passe a presente Provisão para que no dito dia 15 de Agosto de cada ano se possa fazer uma feira franca de 3 dias…”aproveitando, deste modo a afluência do grande número de fiéis que aqui se deslocava em homenagem à Senhora da Orada, vindo de vários pontos do Algarve, sobretudo da cidade de Faro.

A tradicional procissão de 14 de Agosto fazia-se da capela até à zona do túnel, na esplanada (o Hotel Sol e Mar ainda não tinha sido construído) e aí parava virada para o mar, onde as embarcações dos pescadores, não apenas dos de Albufeira, se juntavam para celebrar a sua padroeira e faziam-no com apitos e ovações, regressando depois ao trabalho. O seu itinerário passava pelo coração da vila antiga e o seu momento alto culminava em frente à praia. 

agosto 08, 2014

Senhora da Orada - Cont 1

A Lenda

Reza a lenda que “um grupo de pescadores encontra uma imagem de Nossa Senhora e transfere-a para a igreja local. A imagem volta, contudo, a aparecer no sítio de origem no dia seguinte e a população erige uma capela no local.”
A ermida foi construída num local ermo e deserto, em frente da Torre de Vigia da Baleeira, num vale cercado a Oeste, Este e Norte por montes relativamente elevados e a Sul, pela Rocha da Ponta da Baleeira, na designada Várzea da Orada, onde atualmente se localiza a Marina de Albufeira.
Tratando-se de um templo de devoção dos pescadores, no seu interior encontram-se ex-votos que evocam os milagres e os dramas da vida dos mareantes.

São muitas as lendas e milagres atribuídos a esta santa, o Padre Cardoso, no Dicionário Geográfico, de 1758 refere a esse propósito: “… se venera com a mesma afluência de Milagres em todas as aflições e com especialidade nos Mariantes e por muitas vezes se achou a Imagem com as roupas molhadas de agua salgada, e cheias de areia como sinal de ter valido o seo amparo aos que flutuavam nos mares.

(cont.)

agosto 07, 2014

Senhora da Orada

Senhora da Orada, a festa como expressão das crenças e espiritualidade de uma comunidade piscatória

Os eventos festivos na sua dimensão cultural enquanto fenómenos que são transmitidos de geração em geração, constantemente recriados e vividos como parte da identidade de uma comunidade, são elementos importantes para perceber as vivências de um determinado grupo na sua relação com meio.

Em Albufeira a ligação ao mar expressa-se na devoção dos pescadores a Nossa Senhora da Orada, em honra da qual se realiza a festa homónima, cujo ponto alto é a procissão que se realiza a 14 de Agosto.

(cont.)

agosto 03, 2014

De museu a colecção


(...)
No ano de 1897 a colecção do museu do Algarve, é cedida ao recém-criado Museu Etnográfico Português, actual Museu Nacional de Arqueologia. Com esta cedência e incorporação no referido museu, extingue-se, definitivamente o Museu Archeologico do Algarve, bem como a esperança do seu autor o ver transferido para a capital de província.



Para aceder ao texto completo: O Museu Archeologico do Algarve
P.S.B.

agosto 01, 2014

Museu vontade de um homem

(...)
Considera-se difícil dissociar o homem da sua obra. À semelhança de outros museus e não exclusivamente no século XIX, encontramos exemplos para o século XVIII, como também para o século XX, o Museu Archeologico do Algarve nasceu da vontade e da acção de um homem, que após o seu encerramento voltou a tentar que a colecção fosse enviada para Faro. Não obstante o empenho de Estácio da Veiga isso nunca aconteceu e a colecção que um dia fez parte do Museu do Algarve permaneceu na Academia das Belas Artes, que em 1885 a desorganizou por completo, escolhendo as peças, esteticamente mais belas, como foram o caso dos mosaicos e estátuas, para integrarem o novo Museu de Bellas Artes e Archeologia, sob a direcção do conde de Almedina[1].
P.S.B.



[1] Maria Luísa Estácio da Veiga Affonso Pereira, «art. cit.», p. 40.