A
dinâmica económica e social da festa
A festa era um acontecimento muito
importante no calendário da vida social albufeirense, durante meses a
comunidade piscatória envolvia-se nos preparativos da festa, este era, a par da
festa do Senhor dos Passos, o grande acontecimento do ano, “era dia de vestir a roupa nova, preparada
semanas antes”, relembram os mais velhos.
Nos dias de festa realizava-se também a
feira da Orada, no adro da ermida, esta foi instituída por D. José, a 21 de
Maio de 1766: “…devotos da Irmandade de
N. S.ª da Orada venerada na Igreja junto á Vila de Albufeira me apresentaram
por sua petição para ele poderem trazer aquela igreja com toda a ordem culto e
veneração (…) e porque a Imagem da mesma Excelsa Senhora, é muito milagrosa e
se festeja no dia 15 de Agosto em que nesse dia há grande concurso de gente ao
dito sitio pretendem fazer no mesmo dia uma feira franca aplicando-se o terrado
para o culto da mesma Senhora passe a presente Provisão para que no dito dia 15
de Agosto de cada ano se possa fazer uma feira franca de 3 dias…”aproveitando,
deste modo a afluência do grande número de fiéis que aqui se deslocava em homenagem
à Senhora da Orada, vindo de vários pontos do Algarve, sobretudo da cidade de
Faro.
A tradicional procissão de 14 de
Agosto fazia-se da capela até à zona do túnel, na esplanada (o Hotel Sol e Mar
ainda não tinha sido construído) e aí parava virada para o mar, onde as
embarcações dos pescadores, não apenas dos de Albufeira, se juntavam para
celebrar a sua padroeira e faziam-no com apitos e ovações, regressando depois
ao trabalho. O seu itinerário passava pelo coração da vila antiga e o seu
momento alto culminava em frente à praia.
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