Uma viagem ao(s) Algarve(s)!!! «O viajante não é turista, é viajante. Há grande diferença. Viajar é descobrir, o resto é simples encontrar» (Saramago)
outubro 31, 2014
outubro 29, 2014
outubro 27, 2014
outubro 24, 2014
Florestas no Algarve
“Quem tiver percorrido o país
fica surpreendido com as poucas florestas que encontra, sobretudo no Sul e no
Algarve.
Por todo o Portugal cortam os
bosques, mas depois nãos os repovoam. Por isso, as montanhas estão na maioria
dos casos desflorestadas. (…)
Nesta província à excepção das
florestas de castanheiros, situadas nos arredores de Monchique, vê-se apenas um
pequeno número de bosques mal plantados (…)”
in: Charles BONNET [1816-1867] – Memória Sobre o
Reino do Algarve – Descrição Geográfica e Geológica
p. 141 e 142
outubro 23, 2014
Ainda sobre a matança
(...)
O desmanche da carne permite que todas as partes sejam aproveitadas, entre aquelas que se consomem no próprio dia, ou nos dias subsequentes, às outras que têm que ser conservadas, não nos esqueçamos que o objectivo da matança do porco era garantir a provisão de carne para todo o ano.
No fim (sendo que a matança pode durar dois dias), cada convidado leva um bocadinho de carne para casa, uma vez mais uma forma de agradecer a ajuda, mas também um suplemento alimentar importante nos meios rurais.
Actualmente a matança do porco não tem a mesma função de subsistência que desempenhava no passado, porém esta continua a fazer parte do calendário desta zona serrana, aliás à semelhança do que acontece noutras outras regiões do país, representando ainda um suplemento económico. (...)
O desmanche da carne permite que todas as partes sejam aproveitadas, entre aquelas que se consomem no próprio dia, ou nos dias subsequentes, às outras que têm que ser conservadas, não nos esqueçamos que o objectivo da matança do porco era garantir a provisão de carne para todo o ano.
No fim (sendo que a matança pode durar dois dias), cada convidado leva um bocadinho de carne para casa, uma vez mais uma forma de agradecer a ajuda, mas também um suplemento alimentar importante nos meios rurais.
Actualmente a matança do porco não tem a mesma função de subsistência que desempenhava no passado, porém esta continua a fazer parte do calendário desta zona serrana, aliás à semelhança do que acontece noutras outras regiões do país, representando ainda um suplemento económico. (...)
P.S.B.
outubro 22, 2014
Restos de Colecção: Hotel Algarve
Restos de Colecção: Hotel Algarve: O "Hotel Algarve", na Praia da Rocha , no Algarve, projectado pelo arquitecto Raúl Tojal, e propriedade da "Sociedade de Inv...
outubro 20, 2014
Calendário da matança
(...)
A matança ocorre num período concreto do calendário, nos meses de Inverno. A época da matança inicia-se com os primeiros frios, aproximadamente, a partir do S. Martinho, conforme diz o ditado: “Pelo S. Martinho, mata o teu porco e bebe o teu vinho”, estendendo-se, no máximo até ao Carnaval. Esta é a altura ideal para o efeito, uma vez que há pouco que fazer nos campos e porque o frio é bom para conservar a carne...
A matança ocorre num período concreto do calendário, nos meses de Inverno. A época da matança inicia-se com os primeiros frios, aproximadamente, a partir do S. Martinho, conforme diz o ditado: “Pelo S. Martinho, mata o teu porco e bebe o teu vinho”, estendendo-se, no máximo até ao Carnaval. Esta é a altura ideal para o efeito, uma vez que há pouco que fazer nos campos e porque o frio é bom para conservar a carne...
P.S.B.
outubro 18, 2014
"Saberes-Fazeres"
(...)
Os saberes-fazeres típicos de Monchique estão relacionados com a transformação da matéria-prima disponível no território. (...) A urze é utilizada no fabrico de colheres de pau, estas eram utilizadas para comer as “papas de milho”, “… toda a família comia directamente [do tacho] usando colheres de pau que eram lambidas e relambidas antes de se voltar a meter no tacho.”(...)
Os saberes-fazeres típicos de Monchique estão relacionados com a transformação da matéria-prima disponível no território. (...) A urze é utilizada no fabrico de colheres de pau, estas eram utilizadas para comer as “papas de milho”, “… toda a família comia directamente [do tacho] usando colheres de pau que eram lambidas e relambidas antes de se voltar a meter no tacho.”(...)
P.S.B.
outubro 17, 2014
“Magusto dos Santos”
(...)
Outra data representativa da cultura e identidade monchiquense é o dia 1 de Novembro. É o dia do “Magusto dos Santos” (por se realizar no Dia de Todos os Santos) - Outros posts sobre o assunto. Esta é uma celebração única de Monchique, em contexto regional, uma vez que apenas nesta serra se encontram castanheiros, espécie que não se encontra em qualquer outra parte do Algarve.
Em Marmelete reúnem-se centenas de pessoas que desfrutam da magnífica castanha assada de maneira tradicional, através dos magustos.
Este é o dia do Magusto e se hoje os castanheiros escasseiam nesta serra, a importância desta data remete-nos para tempos idos, em que a castanha aqui era um fruto comum, abundante e sobretudo muito nutritivo. Devido a essa abundância de castanhas, era costume os produtores, depois das colheitas, se juntarem entre familiares e amigos e, no dia 1 de Novembro, realizarem um magusto de castanhas.
Para além das castanhas, por vezes também se comem batatas, que são assadas numa cova cavada no solo e recoberta seguidamente com terra, sobre a qual se acende uma fogueira. Uma vez mais, a aguardente de medronho aparece no magusto como um complemento obrigatório.
Outra data representativa da cultura e identidade monchiquense é o dia 1 de Novembro. É o dia do “Magusto dos Santos” (por se realizar no Dia de Todos os Santos) - Outros posts sobre o assunto. Esta é uma celebração única de Monchique, em contexto regional, uma vez que apenas nesta serra se encontram castanheiros, espécie que não se encontra em qualquer outra parte do Algarve.
Em Marmelete reúnem-se centenas de pessoas que desfrutam da magnífica castanha assada de maneira tradicional, através dos magustos.
Este é o dia do Magusto e se hoje os castanheiros escasseiam nesta serra, a importância desta data remete-nos para tempos idos, em que a castanha aqui era um fruto comum, abundante e sobretudo muito nutritivo. Devido a essa abundância de castanhas, era costume os produtores, depois das colheitas, se juntarem entre familiares e amigos e, no dia 1 de Novembro, realizarem um magusto de castanhas.
Para além das castanhas, por vezes também se comem batatas, que são assadas numa cova cavada no solo e recoberta seguidamente com terra, sobre a qual se acende uma fogueira. Uma vez mais, a aguardente de medronho aparece no magusto como um complemento obrigatório.
(...)
P.S.B.
outubro 16, 2014
Paisagem
outubro 15, 2014
Descasca ou Desfolhada - Monchique
Em Setembro (em data móvel) decorre a chamada “Descasca ou Desfolhada”, numa tentativa, por parte de Junta de Freguesia de Marmelete, em recuperar a tradição que consistia em descascar, manualmente, as maçarocas de milho, num ambiente de festa e espírito de interajuda, característico do trabalho comunitário destes meios.
P.S.B.
outubro 13, 2014
Matança do porco
Em Monchique “o porco é morto e salgado exactamente como há um século, escolhendo-se o quarto crescente da Lua para que a carne não «mingue» na panela"...
in: Glória MARREIROS – Um Algarve Outro contado de boca em boca (estórias, ditos, mezinha, adivinhas e o mais), Col. Horizonte Universitário, n.º 56, Livros Horizonte, 2.ª ed., 1999,p.15
outubro 11, 2014
Já diz o povo...
Provérbios
"Azeite de oliva todo o mal tira"
"Queijo com pão faz o homem são"
"O vinagre e o limão são meio cirurgião"
"Azeite de oliva todo o mal tira"
"Queijo com pão faz o homem são"
outubro 10, 2014
Paisagem à mesa...
"Olhar a paisagem algarvia, observá-la atentamente é perceber como se organiza a alimentação, neste caso, uma paisagem composta de terra e de mar, com os seus produtos alimentares constituem elementos privilegiados de interpretação da cozinha local das especificidades do território, as quais por sua vez, são o resultado da simbiose entre património natural e património cultural, através de uma intervenção humana concertada com o equilíbrio ambiental. Assim sendo, as paisagens refletem a história e a interação entre o Homem e a Natureza, no sentido de satisfazer as suas necessidades alimentares."
Maria Manuel Valagão, "Identidade alimentar mediterrânica de Portugal e do Algarve", in: A Dieta Mediterrânica em Portugal: Cultura, Alimentação e Saúde, Universidade do Algarve, Faro, 2014, p. 34
outubro 09, 2014
outubro 08, 2014
outubro 06, 2014
"Remexido"
In: Nova História Militar de Portugal, dir. Manuel Themudo Barata e Nuno Severiano Teixeira, vol. 3, Circulo de Leitores, Lx, p. 219
Nossa Senhora de Guadalupe
in: BELO, Duarte, Portugal - Luz e Sombra. O País depois de Orlando Ribeiro, Temas e Debates/ Círculo de Leitores, p.29
outubro 05, 2014
Figos prenhos
"Faça um massapão com amêndoas raladas, o mesmo peso de açúcar e uma clara de ovo. Tenda pequenos bolinhos e use um pouco de ovos moles como recheio. Abra os figos secos do lado contrário ao pé e encha-os com o massapão recheado, de maneira que se veja o amarelo dos ovos moles."
in: SARAMAGO, Alfredo, Cozinha Algarvia, Assírio & Alvim, pp. 182 e195
outubro 04, 2014
Banhistas de Alforges
Banhistas de Alforges
Iam a banhos a partir de Setembro, até, sensivelmente, 15 de Outubro, depois das colheitas.
Acontecia um pouco por todo o pelas praias de toda o país, de Norte a Sul. Uma belíssima descrição sobre estes banhistas na Figueira: O banhista de alforge.
Muitas vezes estes banhistas levavam também os animais para o "banho santo", ou o "banho do 29 (a 29 de Setembro).
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Praia da Figueira da Foz |
outubro 03, 2014
outubro 02, 2014
outubro 01, 2014
Aculturações alimentares
(...)
"Em relação à alimentação medieval portuguesa, encontram-se
algumas semelhanças com a alimentação árabe, o que denuncia, desde já uma
certa continuidade e não, necessariamente uma ruptura entre estes dois mundos
em confronto no movimento designado de “Reconquista Cristã”.
(...)
Nos costumes muçulmanos entronca, sem dúvida, a doçaria
regional algarvia que tem como base o maçapão, massa (lawzinadj ) feita de
amêndoas moídas e açúcar e os doces que têm como base fundamental: amêndoas,
nozes,pistácios, tâmaras, açúcar, mel e canela, as filhós, exemplo da herança
árabe a nível culinário, ainda fazem parte da doçaria portuguesa, perpetuando
deste modo as nossas raízes muçulmanas..."
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