"O Algarve, para mim, é sempre um dia de férias na pátria.
Dentro dele nunca me considero obrigado a nenhum civismo, a nenhuma congeminação telúrica nem humana.
Debruço-me a uma varanda de Alportel e apetece-me tudo menos ser responsável e ético.
As coisas de Trás-os-Montes tocam-me muito no cerne para eu poder esquecer a solidariedade que devo a quem sofre e a quem sua.
E isto repete-se com maior ou menor força no resto de Portugal.
Mas, passado o Caldeirão, é como se me tirassem uma carga dos ombros.
Sinto-me livre, aliviado e contente, eu que sou a tristeza em pessoa!
A brancura dos corpos e das almas, a limpeza das casas e das ruas, e a harmonia dos seres e da paisagem lavam-me da fuligem que se me agarrou aos ossos e clarificam as courelas encardidas que trago no coração.
No fundo, e à semelhança dos nossos primeiros reis, que se intitulavam senhores de Portugal e dos Algarves, separando sabiamente nos seus títulos o que era centrípeto do que era centrífugo no todo da Nação, não me vejo verdadeiramente dentro da pátria.
Também me não vejo fora dela.
Julgo-me numa espécie de limbo da imaginação, onde tudo é fácil, belo e primaveril."
in: Portugal, O Algarve - Miguel Torga
Uma viagem ao(s) Algarve(s)!!! «O viajante não é turista, é viajante. Há grande diferença. Viajar é descobrir, o resto é simples encontrar» (Saramago)
março 30, 2012
março 29, 2012
março 27, 2012
Sobre o Algarve
"Esta província [Algarve]é muito bem cultivada; mas este cultivo estende-se geralmente até duas léguas para o interior, pois logo a seguir há colinas desérticas. (…)
O povo vive principalmente de peixe, e é muito pobre. Os habitantes são geralmente menos refinados e menos educados do que os restantes portugueses, mas por todo o país são elogiados e conhecidos pela sua astúcia e perspicácia (…).
(…) Em nenhum lado as estradas são tão más, nem os aposentos nas estalagens tão sujos."
O povo vive principalmente de peixe, e é muito pobre. Os habitantes são geralmente menos refinados e menos educados do que os restantes portugueses, mas por todo o país são elogiados e conhecidos pela sua astúcia e perspicácia (…).
(…) Em nenhum lado as estradas são tão más, nem os aposentos nas estalagens tão sujos."
in: Link, 1.ª 1/2 séc. XIX
março 25, 2012
março 24, 2012
março 22, 2012
Pêra
Pêra, uma vila branca, fica emoldurada pelo verde das figueiras, na encosta de um monte na foz do rio Algoz. À sua frente encontra-se uma aldeia branca, Armação. Enquanto ancorámos a uma boa distância daí, foram instalados toldos na areia amarela da praia.
in: Otto Riess
março 21, 2012
março 20, 2012
Éden de vegetação...
“As caldas de Monchique são um éden de vegetação e de frescura em pleno Algarve. Quando o estio calcina a terra, refugiarmo-nos nesta mansão da natureza é viver a vida descuidosa dos abades longe do struggle of life.
O forasteiro queda-se embevecido ao percorrer esse valle umbroso da estrada do ramal à fonte férrea, ou do paraizo aos petits Niágaras dos tanques novos.”
O forasteiro queda-se embevecido ao percorrer esse valle umbroso da estrada do ramal à fonte férrea, ou do paraizo aos petits Niágaras dos tanques novos.”
in:Cartas d’um viajor, p. 86
março 19, 2012
março 16, 2012
Algarve, 1969
A
simpatia de que o Algarve goza internacionalmente é em grande parte devida ao
meio artístico europeu. A famosa Ingrid Bergman, os Beatles, Cliff Richard,
entre muitos de menos nomeada, mas de não menos relações, referem-se lá fora à
nossa província como os seus mais entusiásticos propagandistas. Ainda
recentemente, ao ser entrevistada em Cannes por um jornalista português, Mylene
Demongeot, mal ouviu falar de Portugal, logo anunciou a sua intenção de passar
férias no Algarve, na pesca, que os seus amigos que dizem ser «fantástica»… E
quando escutou a pergunta: «Mas que amigos?...» Mylene respondeu, com o
assentimento do marido, o realizador Mark Simenson, filho do escritor George
Simenon, e com o seu mais belo sorriso: «Que amigos! Mas todos! Todo o Mundo
fala do Algarve!»
Aproveitando
este clima de simpatia à volta da nossa província, não valeria a pena efectuar
entre nós, para dar um empurrão a esta espontânea propaganda que fazem da nossa
província, nomes famosos do espectáculo, um grande encontro de estrelas à volta
de um festival de cinema?
in: Algarve Ilustrado n.º 7, Agosto de 1969
março 15, 2012
março 14, 2012
Sotavento - turismo
"… no Algarve, sobretudo no Sotavento, não se passava muito em termos de turismo. Havia a Praia da Rocha, que desde muito cedo foi a “rainha do Algarve” – Delgado Martins lembra-se de a mãe lhe contar como, nos anos 30, foi passar a lua-de-mel à Rocha. Mas só nos anos 60 é que a família Uva iria construir o primeiro grande hotel em Monte Gordo, o Vasco da Gama."
in: Revista Pública de 05.07.09 - Alexandra Prado Coelho “Para além do Caldeirão havia um Paraíso” (pp. 16 a 21)
março 13, 2012
março 12, 2012
"Monchique constitui uma das mais notáveis regiões de turismo do país, possuindo também a grande riqueza das suas termas, cujas águas que brotam de 4 nascentes possuem uma acção terapêutica das mais eficazes… Monchique é ainda uma estação de repouso, com todas as são condições naturais… As belezas naturais de Monchique incontestavelmente superiores às de Cintra."
in:O Turismo no Algarve – Como os estrangeiros sabem valorizar as suas riquezas, de Santos Correia, Casa do Algarve, Lisboa, 1931, p. 23.
março 06, 2012
Transportes
"...Com a abertura do aeroporto de Faro ao tráfego, em 1965, outro ramo de transporte de aluguer surgiu, o dos transfers, transferências de grupos, normalmente estrangeiros, para e dos hotéis, por contratos estabelecidos previamente com os tour-operators, grupos esses que chegavam ao Algarve ou daqui regressavam passados os seus períodos de férias."
in: Aníbal C. Guerreiro - História da Camionagem Algarvia (de passageiros): 1925-1975 (da origem à nacionalização), s.l., s.n., 1983.pp. 51-52
março 05, 2012
março 03, 2012
março 02, 2012
março 01, 2012
A chegada do comboio ao Algarve
“O ano de 1889 trouxe, de presente, uma prenda acolhida com natural regozijo. Era a pedrada no charco. No dia 1 de Julho foi inaugurado, festivamente, o prolongamento da via férrea do Sul e Sueste, até Faro. Em breve a rede se foi estendendo até Algoz (Outubro desse ano), a Ferragudo (1903), a Olhão e à Fuseta (1905), à Luz de Tavira e a Tavira (1905), e a Vila Real de Santo António (1906), para fechar com a chegada a Portimão e a Lagos mercê da conclusão da ponte sobre o rio Arade, inaugurada no dia 30 de Julho de 1922.”
in: Aníbal C. Guerreiro - História da Camionagem Algarvia (de passageiros): 1925-1975 (da origem à nacionalização), s.l., s.n., 1983, p. 19.
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