maio 22, 2015

Lei de 17 de Julho de 1769

E o nosso informador, homem do marquês de Pombal, relembra que estavam em aumento as marinhas de Tavira e de Castro Marim, como consequência da lei de 17 de Julho de 1769 - que obrigara a aforar talhões nos sapais para abertura de salinas - que de Faro e Alvor saía "algum sal para o comércio exterior" (...)

 in: Joaquim Romero MAGALHÃES, O Algarve Económico 1600-1773, pp. 209 e 210.

Salinas de Castro Marim

(...)
Em Vila Nova de Portimão e em Castro Marim também as há [salinas]. Desta última vila diz Henrique Fernandes Sarrão: "Dos morraçais, que esta vila tem para o rio, há muitas sainhas, em que fazem muito sal, e muito bom, que se carrega para todas as partes. São estas as marinhas as milhores fazendas, que há em Castro Marim".

in: Joaquim Romero MAGALHÃES, O Algarve Económico 1600-1773, p. 210

maio 19, 2015

Instalação de marinhas

"O muitos sapaes do Algarve, que se achão á borda do mar, canaes naturaes, e rios, que nelle dezembocão; a qualidade dos mesmo sapaes com hum fundo de terra pezante, forte, solida, compacta, e unida; o clima e calor do Algarve, o local dos mesmos sapaes, situados em portos frequentados, como são Castro Marim, Tavira, Olhão, Faro, Portimão, Alvôr, e Lagos" favorecem a instalação de marinhas.

in: Joaquim Romero MAGALHÃES, O Algarve Económico 1600-1773, p. 209

maio 13, 2015

Sabia que...?

Sabia que a palavra "salário" deriva do termo latino "salarium argentum"? 

O pagamento dos soldados romanos fazia-se em sal, o que reflecte a importância do sal à época.

Para além de muito apreciado enquanto condimento, a salga era um dos métodos de conservação mais difundido. Em território nacional e no Algarve em particular, existem vários testemunhos de fábricas de salga de peixe, compostas por cetárias - tanques de salga - no interior das quais se colocavam peixes e sal em maceração, até obter o preparado final, de consistência líquida, o famoso "garum" ou pastosa (halec).

P.S.B.

maio 10, 2015

O sal no Antigo Testamento

"Relativamente ao sal, este era usado no Antigo Testamento para expurgar o sangue das carnes dos animais, pelo que simboliza a incorruptibilidade. Além de servir de tempero culinário, os crentes misturavam-no com incenso para ser queimado em honra da divindade. O fumo libertado por aquela combustão era considerado uma «coisa santíssima». O sal selava as alianças, tornando-os duradouras e, sobre a mesa, simbolizava as relações amistosas entre os comensais."

LAVRADOR, Luís - "A Bíblia é de comer", in: Visão História, n.º 28, Abril, 2015, p.20

maio 08, 2015

Estranhezas (ou talvez não!)

 (...)
 " Na cozinha apreciam as iguarias estranhas, os caracóis e os figos de piteira, que lhes dão em abundância as opúncias espinhosas...

A língua é cantada, com interrogações fortemente acusadas, como no Alentejo, mas com uma consistência menos grosseira e pastosa. O vocabulário usual é que raro conserva já idiotisos característicos; e um ou outro termo de maior cor local (como o de griséus, com que, especialmente no sotavento, se designa ervilhas)...
 
Dizem, porém, ainda como no Alentejo, ir à de Fulano, por ir à casa ou loja de Fulano. Um grande agrupamento de pessoas é uma família; um casal é um monte; uma herdade um morgado; uma colina um cerro."

in: Guia de Portugal, 1927, p.203

maio 06, 2015

A mulher algarvia...

"(...)
Aliás a mulher algarvia não prima pela beleza. O sangue mourisco corrompeu-a. a luz intensa e a excessiva secura do ar gretam-lhe a pele. É débil, pequena, encarquilhada, sem viço nem frescura - um fruto passado ao sol, como as suas uvas e figos. Apenas num ou noutro  ponto do Barlavento algumas mulheres de carnação sadia, boca vermelha e grandes olhos negros, cujo ardor é velado pelas franjas das pestanas sedosas e compridas, nos fazem lembrar os melhores tipos da pura raça árabe do Yemen."

in: Guia de Portugal, 1927, p.203