Mãe Soberana - lenda (I)

"Lenda da Mãe Soberana

APL 2544

Vou contar a lenda da Mãe Soberana, aliás, ele há duas lendas sobre a mãe soberana, e qualquer uma delas são anteriores ao final do século dezasseis, se me recordo. E uma é portanto, havia uma donzela com cerca de quinze anos, que numa tarde ao ir colocar umas flores num altar que seus pais lhe tinham mandado edificar lá numa gruta, foi surpreendida por um fidalgo, que andava lá a ronda, que enamorado e endoidecido digamos, pela beleza daquela menina de quinze anos, pretendeu abusar dela, violentá-la. Contudo, esta miúda, resistindo, resistiu à força que o fidalgo tinha, pediu favorosamente ajuda à Virgem da Piedade. Ora, e aqui dá-se um milagre, porque a Virgem acudiu ao pedido da donzela, que saiu ilesa, e o fidalgo envergonhado, porque no fundo era uma pessoa conhecida no meio, meteu-se no convento e morreu frade, foi para frade e morreu lá no convento. Portanto, a fama que a santa, Virgem da Piedade, tinha já como milagreira, foi de tal ordem que tomou depois nome de Soberana, portanto, começaram a chamar-lhe Soberana, e passou então desde essa altura a ser idolatrada, portanto…e esta é efectivamente talvez a primeira que se conta da mãe Soberana."

cont. (...)

Mãe Soberana, Carlos Porfirio

Passear no Património de... Tavira (ou da Humanidade!)

A visitar:

Exposição temporária: Dieta Mediterrânica - Património Cultural Milenar @Museu de Tavira - Exposição Temporária

...a mais bela de todas as praias do mundo

Aquela que é “possivelmente a mais bela de todas as praias do mundo” é portuguesa e foi  apresentada como tal ao mundo pelo Huffington Post. Trata-se da praia da Ponta da Piedade, em Lagos, no Algarve, um lugar pelo qual a jornalista Suzy Strutner se apaixonou.

Os encantos daquela praia passam pelas incríveis grutas e cavernas ali formadas, as águas cristalinas que ali se podem encontrar, bem como o emaranhado de arcos rochosos. Tudo isto, sem esquecer um outro lado mais cultural daquele sítio: o convívio com os pescadores e os “nomes engraçados” que estes dão a cada formação rochosa que ali se pode encontrar.

in: http://www.pportodosmuseus.pt/2014/04/21/praia-portuguesa-considerada-mais-bonita-do-mundo/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+pportodosmuseus%2FrxgW+%28pportodosmuseus%29

Boa Páscoa!

Passear no Património de... Loulé

Origens da Páscoa?

A Páscoa é mais uma festividade que surge associada a um rito de passagem. Para os povos do Norte da Europa a sua celebração faz-se há milhares de ano durante o mês de Março para marcar o fim do Inverno e o início da Primavera, tratando-se, assim de uma festa intimamente ligada à prosperidade e à fertilidade, daí os seus símbolos:

- O coelho – representa a fertilidade (pela sua capacidade de reprodução)

- Os ovos – representam o início da vida

Para os hebraicos a “Pessach” evoca a chegada à Terra Prometida, na sequência da fuga do Egipto através da travessia do Mar Vermelho – o Êxodo.

No cristianismo a Páscoa representa a Ressurreição de Jesus Cristo, após a sua morte na cruz (c. ano 33 d. C.). 

A forma como se calcula a Páscoa, remete-nos para a sua origem pagã, vide post: http://aimericoalgarve.blogspot.pt/2014/03/equinocio-da-primavera.html

P.S.B.

Senhor dos Passos - Monchique III

[Senhor dos Passos]

De referir ainda uma particularidade desta festa, a presença da “côca”^[1] na frente da procissão, que representava o Diabo, que viria a ser banida da celebração por Portaria do Ministério dos Negócios Eclesiásticos, de 1864 ou 1865^[2].

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[1] Permanecendo ainda nos dias que correm essa designação de “côca” para o papão, para assustar as crianças.

[2] Idem, “art. cit.”, p. 204

in: BATISTA, Patrícia Santos - Dissertação Mestrado em Museologia, Univ. de Évora, Monchique - Património e Identidade: estratégias para o desenvolvimento local, p. 97 (texto policopiado, 2013).

Papas de milho

Papas de milho, no litoral chamadas de “xerém”, feitas como o próprio nome indica, com farinha de milho, era uma iguaria muito apreciada. Na serra de Monchique e no Baixo Alentejo (distrito de Beja) estas comiam-se adoçadas com mel ou com açúcar e canela; no litoral algarvio comiam-se salgadas, com berbigão, ou com enchidos. Hoje em dia, tem-se verificado uma recuperação deste prato, por parte de alguns restaurantes do litoral.

 

P.S.B.