“No Verão de 1968, Mário Neves,
director adjunto de A Capital (então renascida a partir de uma cisão no Diário
de Lisboa), convidou o escritor Manuel da Fonseca a ir ao Algarve e contar aos
leitores os 16 dias que por lá andaria de viagem, de Vila Real de Santo António
a Sagres.
"Feitas de arremessos de
entrevistas, encontros com amigos, conversas ocasionais, recordações", as
crónicas seriam publicadas de 1 a 16 de Agosto, sob o título genérico de O
Desafio do Algarve. Dezoito anos mais tarde, quando a Caminho as recuperou e
editou em livro - Crónicas Algarvias -, o autor antecedeu-as de um prefácio em
que revelava a luta desigual que travara com a Censura, cujos cortes o
obrigaram a "amenizar" certos passos, mesmo assim cortados de novo.
As provas regressavam com as marcas do lápis azul riscando o texto (ou certas
passagens) e o carimbo vermelho com a indicação "Serviços de Censura/Sede
Autorizado com cortes"...
continua...
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