Uma viagem ao(s) Algarve(s)!!! «O viajante não é turista, é viajante. Há grande diferença. Viajar é descobrir, o resto é simples encontrar» (Saramago)
abril 30, 2015
abril 27, 2015
abril 25, 2015
Biocos
"É
um trajo misterioso e atraente. Quando saem, de negro, envoltas nos biocos, parecem
fantasmas. Passam, olham-nos e não as vemos. Mas o lume do olhar, mais vivo no
rebuço, tem outro realce... Desaparecem e deixam-nos cismáticos. Ao longe, no lajedo
da rua ouve-se ainda o cloque-cloque do calçado – e já o fantasma se esvaiu, deixando-nos
uma impressão de mistério e sonho. É uma mulher esplêndida que vai
para
uma aventura de amor? De quem são aqueles olhos que ferem lume?... Fitou-nos, sumiu-se,
e ainda – perdida para sempre a figura – ainda o som chama por nós baixinho, muito ao longe –
cloque..."
Raul Brandão, Os Pescadores
abril 23, 2015
A propósito do bioco
“O biôco, este extraordinario biôco, é digno de chronica para
esclarecimento e regalo do leitor estranho a esta região” (“O Algarve:
notas impressionistas”)
Para mais informações clique aqui: Bioco
Para mais informações clique aqui: Bioco
abril 21, 2015
Em todo o Algarve a mulher é a prenda da casa
(...)
Em
todo o Algarve a mulher é a prenda da casa. Trá-la muito bem tratada, muito bem
fechada, restos da vida moura. A de Olhão, trigueira, de olhos negros e um
lindo sorriso
reservado, passa por a mais bela da província, pela vivacidade, e pela fartura
do cabelo.
Já em S. Brás de Alportel, ali perto, as cabeças têm reflexos doirados e os
peitos são
desenvolvidos. Sentadas nas esteiras sobre os calcanhares, nas casas forradas
de junco
ou de palma, fabricam as alcofas, a golpelha em que se transporta a alfarroba e
o figo, e as alcofinhas mais pequenas, chamadas alcoviteiras. Ainda há pouco
tempo todas usavam
cloques e bioco. O capote, muito amplo e atirado com elegância sobre a cabeça, tornava-as
impenetráveis. (...)
in: Raul Brandão, Os Pescadores
abril 19, 2015
Todo o Algarve é um pomar
(...)
Todo o Algarve é um pomar cultivado com esmero. A gente do Alentejo, quando vê um bocado de terra bem tratada, diz: – É um pedacinho do Algarve. – Mas não se lembra que o Algarve está retalhado, pulverizado, três pés de oliveira, dois pés de amendoeira, e as almas rancorosas divididas como a terra. (...)
Todo o Algarve é um pomar cultivado com esmero. A gente do Alentejo, quando vê um bocado de terra bem tratada, diz: – É um pedacinho do Algarve. – Mas não se lembra que o Algarve está retalhado, pulverizado, três pés de oliveira, dois pés de amendoeira, e as almas rancorosas divididas como a terra. (...)
in: Raul Brandão, Os Pescadores
abril 17, 2015
A fartura é a sardinha
(...)
Mas a abundância e a riqueza, a fartura, é a sardinha. Foi inesgotável, foi compacta, tanta que noites inteiras e seguidas ninguém em Olhão podia dormir. E dizia-se:
– Houve hoje grande matação de peixe. – Há aqui duas qualidades: a do sueste, que vem em Abril e arranca aos cardumes da costa de Marrocos; e o peixe do sudoeste,
maior, mais gordo e menos saboroso, isto sem contar com a sardinha de passagem, que aparece em Janeiro quando desova. – Já lá anda perdida... – dizem os pescadores. –
Morde-lhe a ova.(...)
Mas a abundância e a riqueza, a fartura, é a sardinha. Foi inesgotável, foi compacta, tanta que noites inteiras e seguidas ninguém em Olhão podia dormir. E dizia-se:
– Houve hoje grande matação de peixe. – Há aqui duas qualidades: a do sueste, que vem em Abril e arranca aos cardumes da costa de Marrocos; e o peixe do sudoeste,
maior, mais gordo e menos saboroso, isto sem contar com a sardinha de passagem, que aparece em Janeiro quando desova. – Já lá anda perdida... – dizem os pescadores. –
Morde-lhe a ova.(...)
in: Raul Brandão, Os Pescadores
abril 15, 2015
abril 13, 2015
Esta zona do Barrocal... descubra qual!
Existem nesta paisagem marcos que testemunham a exploração dos recursos
naturais, que por sua vez se irão repercutir, diretamente, no modo de vida das
pessoas que aí vivem e viveram.
Esta zona do Barrocal algarvio é uma zona fértil, como o comprovam os
campos agrícolas aí existentes e tem abundância de água (Ribeira de Quarteira e
a Fonte de Paderne). A água é um elemento preponderante para a fixação de
população, sobretudo em épocas mais antigas, daí que se considere um elemento
incontornável na construção desta paisagem, a começar pela presença de
arquiteturas de produção a ela associadas como as azenhas; as noras, ou outros
sistemas de captação de água destinados à rega das produções agrícolas de
regadio, inovações introduzidas neste território, precisamente pelos
muçulmanos.
Patrícia
Santos Batista, “Educação Patrimonial em Paderne: ambiente e cultura”,
Comunicação
apresentada no: I Congreso Internacional de Patrimonio y Educación, 22, 23 y 24
de mayo de 2014. Facultad de Ciencias de la Educación. Universidad de Granada(Educação patrimonial em Paderne)
abril 12, 2015
abril 11, 2015
A vila de Monchique
Monchique
A vila é sede de concelho desde
1773, tendo-se tornado independente de Silves, concelho ao qual pertenceu desde
a Reconquista, no entanto diz-se que aquando da primeira visita ao Algarve do
rei D. Sebastião, em 1573, o monarca “
veio a Monchique, e a achou tão interessante pelas suas belezas naturais e
mesmo já pela sua população e isolamento, que determinou elevá-la a vila, o que
não fez por oposição das vilas vizinhas”[1].
É o centro administrativo, local onde se encontram os serviços. Aqui situam-se
os Paços do Concelho e o Tribunal, bem como equipamentos religiosos e
assistenciais, dos quais se destacam a Igreja Matriz do de Nossa Senhora da
Conceição, Imóvel de Interesse Público[2],
construção atribuída ao século XV, provavelmente no local de uma primitiva mesquita[3].
Do ponto de vista arquitectónico destaca-se o portal manuelino, com motivos vegetalistas
e os capitéis.
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