Uma viagem ao(s) Algarve(s)!!! «O viajante não é turista, é viajante. Há grande diferença. Viajar é descobrir, o resto é simples encontrar» (Saramago)
novembro 30, 2014
novembro 29, 2014
Modo de vida
"De geração em geração, tradições e práticas
vão sendo transmitidas, preservando saberes e sabores, para que à mesa de
Portugal se aprecie tanta variedade de pão, azeite e vinho, sopas, ensopados,
cozidos e caldeiradas.
Sublimam os aromas, as ervas
aromáticas. São iguarias simples, verdadeiras almas imaculadas de um povo.
Esta cozinha não é um regime
alimentar, é um modo de vida."
in: Dieta Mediterrânica- um património civilizacional partilhado, brochura realizada no âmbito da Comissão responsável
pela candidatura da Dieta Mediterrânica a Património Cultural Imaterial da
Humanidade/UNESCO, p. 18 - PDF
novembro 27, 2014
Produção de azeite
Foto de azeite retirada de: http://agrotec.pt/producao-mundial-de-azeite-pode-reduzir-19/
|
novembro 26, 2014
Azeite
"Geralmente associado ao cultivo da
vinha está o cultivo da oliveira, espécie difundida pelos muçulmanos e que
marca, indiscutivelmente, a paisagem meridional. O aumento do cultivo da
oliveira, que traça um caminho inverso ao da Reconquista, sem, contudo,
ultrapassar muito a linha do Mondego, está associado à produção de azeite.
O azeite é a gordura mais utilizada na
Idade Média, quer por cristãos, quer por muçulmanos. É utilizada na cozinha e
também na iluminação. Loulé, concelho situado a sul, antigo centro urbano
muçulmano, como não poderia deixar de ser, possuía lagares de azeite…”
BATISTA,
Patrícia, “A Alimentação no concelho de Loulé nos séculos XIV e XV”, in:
Al’-Ulyã, n.º 11, Revista do Arquivo
Histórico Municipal de Loulé, Loulé, 2006, pp. 69-82
novembro 25, 2014
Dieta mediterrânica
"A natureza mediterrânica do território
nacional assim estabelecida, associada à localização atlântica está na origem
da história da alimentação dos portugueses, muito caracterizada pelo consumo de
produtos mediterrânicos (trigo, vinho, azeite, hortícolas e leguminosas)
complementado com os recursos da pesca."
in: Dieta Mediterrânica- um património civilizacional partilhado, brochura
realizada no âmbito da Comissão responsável pela candidatura da Dieta Mediterrânica
a Património Cultural Imaterial da Humanidade/UNESCO – PDF
novembro 23, 2014
Paisagem e alimentação
“As diferenças entre o Norte e o Sul,
com o Mondego como referência, estão bem patentes no clima e morfologia dos
terrenos, nos sistemas agrários e na divisão da propriedade, nos vinhedos
serranos do Douro e no montado alentejano, nos povoamentos fracionados ou
concentrados, no granito da casa nordestina ou beirã e nos barros e taipas do
Alentejo e Algarve. São também visíveis nas expressões linguísticas e
“falares”, nas festas e modos de celebração colectiva, na tradição oral, nos desfiles
de oferendas, e ainda no desenvolvimento de formas particulares de preparação e
confeção dos alimentos onde os conhecimentos transmitidos de geração a geração
se associaram aos saberes e produtos trazidos pelas permutas das Descobertas.”
in: Dieta Mediterrânica- um património civilizacional partilhado, brochura realizada no âmbito da Comissão responsável
pela candidatura da Dieta Mediterrânica a Património Cultural Imaterial da
Humanidade/UNESCO - PDF aqui
novembro 21, 2014
Casa Algarvia
Imagem retirada de: PDF |
a barrinha azul ao comprido da
fachada
branca
é para rimar
com o debrum a mar
ao longo
do horizonte
Azul
rima
com Sul
Teresa Rita Lopes, O Sul dos meus sonhos
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novembro 20, 2014
Pão e vinho
“A base da dieta alimentar medieval é
constituída pelo pão e pelo vinho. O pão é sem dúvida alguma, presença
obrigatória, quer na mesa dos ricos, quer na dos pobres, com as respectivas
diferenças. De facto, o enorme cultivo que se faz de cereal por todo o país,
inclusivamente em zonas onde os solos não se mostram férteis para tal cultura e
a necessidade de importar pão do
estrangeiro, só se justifica devido ao seu enorme consumo…”
BATISTA,
Patrícia Santos, “A Alimentação no concelho de Loulé nos séculos XIV e XV”, in:
Al’-Ulyã, n.º 11, Revista do Arquivo
Histórico Municipal de Loulé, Loulé, 2006, pp. 69-82
novembro 19, 2014
Pão
“Lado a lado com o vinho, encontramos,
para a época medieval, o pão! O pão é um dos alimentos base da alimentação
medieva. Devido à falta de cereal, “pão” não era sinónimo de pão de trigo. O
pão dos ricos era alvo, feito de trigo, o cereal nobre; enquanto que o pão dos
pobres era escuro, de mistura, por vezes até com mistura de três cereais:
centeio, milho-miúdo e cevada. Era um pão de segunda. O pão de trigo para os
mais desfavorecidos era apenas consumido em dia de festa!”
BATISTA,
Patrícia Santos, “A Alimentação no concelho de Loulé nos séculos XIV e XV”, in:
Al’-Ulyã, n.º 11, Revista do Arquivo
Histórico Municipal de Loulé, Loulé, 2006, pp. 69-82
novembro 17, 2014
Beber vinho
O vinho é a bebida medieval por excelência; podia
ser bebido simples ou misturado com água, bebia-se às refeições, ou apenas para
matar a sede. O verbo beber , na Idade Média significa beber vinho!
novembro 15, 2014
A vinha
No litoral algarvio cultivava-se a vinha para produção
de vinho e de passas de uva nas suas qualidades: passa assaria, a melhor, e
passa bual, que se exportava.
Frei João de S. Jose citado por Magalhães (1970) “A vinha, não menos comum no Algarve do que as arvores de
fruto, diferia da de Portugal, segundo, por se não cavar, empar, nem trazer tão mimosa, utilizando-se como principais castas as uvas mouriscas, de que se faz
vinho, e as chamadas salira, a que em Portugal chamavam açaria, que se secam para
passa. Estendidas a maneira de canteiros, por terem depois lugar de as uirar, e
tomar o sol dambas as bandas, e he bom cobrilas de noite por cauza do orvalho
que lhes faz mal, como são passadas as apanhão, e enseirão, como as cá vemos”.
Margarida Costa, “As produções agrícolas e a dieta
mediterrânica” in: Dieta
Mediterrânica em Portugal: Cultura, Alimentação e Saúde, Universidade do Algarve, Faro, 2014, p. 77.
novembro 13, 2014
Monchique: originalidade da paisagem
Entre
as serras do Algarve Monchique sempre se destacou pela originalidade da sua
paisagem, devido ao seu maciço sienítico esta apresenta um solo muito fértil e
abundância de água, sendo assim descrita no século XVI: “tudo é cercado de
pomares deleitosos, em que há castanhas, nozes, peras, maçãs e outra muita
fruta; tem muitas vinhas, muita criação de gado, muito mel e cera e pão.”
“Duas
Descrições do Algarve do Século XVI” (Apresentação, leitura, notas e
glossário de Manuel Viegas Guerreiro e Joaquim Romero de Magalhães) Cadernos
da Revista de História Económica e Social, 3, Lisboa: Sá da Costa
Editora, 1983.
novembro 11, 2014
Castanha, um bocadinho de história
"Desde a pré-história que a castanha é consumida pelo homem. Existem espécies nativas milenares, na Europa, Ásia e América. Ao longo do séculos a árvore tem tido uma utilização plena, com a madeira a ser aplicada em móveis, devido à sua resistência, as folhas a servirem de forragem para gado, e a semente escondida no espinhoso pericárpio, a ser um alimento de subsistência na história da humanidade. O guerreiro grego Xenofonte que participou na investida de Cironpara tomar a Pérsia, descreve as crianças da nobreza persa como robustas, de pele delicada e alva, e que eram engordadas com castanhas cozidas. Os gregos domesticaram a árvore a partir de espécies selvagens oriundas da cidade de Kastanea, que deu origem ao latim castanea."
In: Fortunato da Câmara, Alimentos ao sabor da história. Receitas e curiosidades, Colares Editoras, Sintra, 2010, p. 62
novembro 10, 2014
Lenda do verão de S. Martinho
APL 118
S. Martinho antes de ser Santo foi soldado do Imperador. Uma vez ia montado no seu cavalo num dia tempestuoso de chuva e vento muito embrulhado na sua capa de soldado.
Surgiu-lhe num caminho um pobrezinho de mão estendida muito magra semi-nu a tremer de frio e também de fome. O Moço cavaleiro ficou abalado, e depois de dar umas moedas ao pobre desceu do cavalo e com a própria espada cortou a capa que trazia ao meio dando uma parte ao pobre, para ele se cobrir e ficando com a outra metade para si. Passados momentos o temporal amainou as nuvens foram desaparecendo, transformando-se a tempestade num dia de sol brilhante, raro na estação do Outono.
Eis a Lenda do Verão de S. Martinho, Santo que é comemorado no dia 11 de Novembro, geralmente com um serão de família e amigos.
Diz o ditado. No dia de S. Martinho, prova o teu vinho.
Usança — Junta-se a família, convidam-se os amigos e todos se reúnem à lareira, ao redor de uma boa fogueira. É o tempo da apanhadas castanhas e nesse dia, assa-se uma grande porção num assador próprio, feito já para tal, em latão com buracos no fundo. Põe-se dependurado em cima da fogueira e enquanto assam, uns conversam, outros vão buscar o vinho.
As castanhas depois de assadas, deitam-se num cesto que se coloca ao centro, para todos lhe chegarem.
Come-se com fartura, bebe-se bem, juntando-se mais uns petiscos
que haja na ocasião. Há risos histórias e anedotas de varias espécies.
Uma para exemplo:
Havia uma mulher que gostava muito de vinho e todos os dias ia à pipa, mas às escondidas do marido.
Este, um dia morreu e então a mulher fez-lhe um grande pranto e nos dias a seguir, a vida dela era acocorada na lareira coberta com um chaile e com uma bota de vinho, sempre metida no regaço.
As vizinhas vinham vê-la e ela sempre a lamuriar-se. Estas diziam-lhe:
— Sai daí mulher! Agora queres passar a vida a prantecer!?... Ela respondia:
— Sem secar estes courinhos não apago as minhas penas, não saio daqui. Ia bebendo sempre, até a bota ficar vazia e só assim as penas se apagavam.
Fonte BiblioAFONSO, Belarmino Raízes da Nossa Terra Bragança, Delegação da Junta Central das Casas do Povo de Bragança, 1985 , p.116-117
ColectorBranca do Sacramento Rodrigues (F)
in: http://www.lendarium.org/narrative/lenda-do-verao-de-s-martinho/ acedido em 22.10.2014
novembro 09, 2014
Lenda de S. Martinho
in: lendarium.org, acedido a 22.10.2014
APL 2567
Num dia estava uma grande tempestade, muita chuva, muito frio, um tempo assim horroroso, e ele [Martinho] ia a cavalo (…) e estava um pobrezinho à chuva e ao frio, sem estar coberto nem nada, à beira da estrada. E o Martinho passou no cavalo, viu o pobre lá cheio de frio, lá a um canto e desceu do cavalo e tirou a capa dele e pôs a capa por cima do pobre (…). Por sinal, o pobrezinho era Jesus Cristo e Jesus Cristo levanta-se e de repente a chuva pára, o vento pára, tudo pára e aparece o sol. E Jesus Cristo supostamente disse ao Martinho que a partir desse momento em diante, naquela altura, ia sempre haver sol, ia ser sempre o verão de S. Martinho, em homenagem a ele.
Fonte BiblioAA. VV., - Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas) Faro, n/a,
Ano2005
Place of collection-, FARO, FARO
InformanteAna Rita Tomé (F), 19 y.o., born at - (FARO) FARO,
novembro 07, 2014
novembro 06, 2014
novembro 05, 2014
novembro 04, 2014
novembro 03, 2014
novembro 02, 2014
novembro 01, 2014
Pão por Deus
“Novembro – O dia primeiro ou da festa de Todo-os-Santos era
denominado nos documentos jurídicos do século XV Dia de pão por Deus: «Pagaredes o dito fóro em cada hum anno em dia
de pão por Deus.» (Elucid.)”
in: Teófilo Braga, O Povo
Português nos Seus Costumes, Crenças e Tradições, II Vol., Lisboa, Publicações D.
Quixote, 1994, p. 222.
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