abril 06, 2016

mudavam-se de armas e bagagens para Quarteira



Inês Farrajota, empresária natural de Loulé recorda que no verão, à semelhança de grande parte das famílias louletanas, «mudavam-se de armas e bagagens para Quarteira.»

Lembra-se bem das mulheres que apareciam com grandes panelas para vender batata-doce, de manhã cedo na praia. Era um costume que, acredita Inês Farrajota, já vinha dos anos 20 e 30, quando os algarvios se levantavam muito cedo e iam dar um mergulho à praia logo de madrugada, para depois voltarem rapidamente para casa, ‘porque tinham medo que o sol fizesse mal’. A batata-doce, acompanhada de aguardente, era para ajudara a aquecer o corpo depois do mergulho matutino.

À noite em Quarteira animava-se uma pequena vida social, que incluía, até, uma esplanada com orquestra a tocar, onde se ficava a jogar às cartas, a organizar concurso, a eleger misses. ‘Havia bailaricos, e vinham pessoas das redondezas. Aparecia a Simone de Oliveira e muitos fadistas.’ A animação era regulada pela central eléctrica, que à uma da manhã emitia três sinais para avisar que a luz ia ser desligada e que era hora de recolher.

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