junho 29, 2014

Toucas

Em meados do século XX a indumentária para ir a banhos não estava completa sem as toucas!

Toucas

junho 28, 2014

Normas para trajes de banho

Nos termos da Constituição pertence ao Estado zelar pela moralidade pública e tomar todas as providências no sentido de evitar a corrupção dos costumes. Factos ocorridos durante a última época balnear mostraram a necessidade de se estabelecerem, com a precisão possível, as normas adequadas à salvaguarda daquele mínimo de condições de decência que as concepções morais e mesmo estéticas dos povos civilizados ainda, felizmente, não dispensam. Não se pretende restituir às praias o aspecto do século passado, nem mesmo o das primeiras décadas deste; também não impor modelos rígidos que destoem completamente do movimento da vida moderna”.

Diploma legal publicado a 5 de Maio de 1941 (Preâmbulo)

junho 25, 2014

Passear no Património de... Loulé ou do MED!

Inserido na programação do MED, fica o destaque para o concerto que abre o segundo dia do festival, pelas 19.30, na Igreja Matriz de Loulé:
Quarteto "Concordis"

junho 24, 2014

Verão?

"Verão? Não se sabe se o verão já começou porque o tempo vae de inverno. Quando não chove, não faz sol e, se de dia, nalguns rasgões de nuvens, o sol passa um pouco mais quente, á noite faz frio. É por isso que o exodo dos ricos para os campos e aguas mineraes esta retardado e a concorrencia aos teatros e cinemas ainda não afrouxou, nem os divertimentos ao ar livre teem a concorrencia que costumam ter. (...)"


in: O Algarve, 06.07.1930

junho 23, 2014

junho 22, 2014

Venda ambulante na praia - bolas de berlim

Passamos da venda de batata-doce, para a venda da bola-de-berlim, pessoalmente adoro batata-doce assada... bola-de-berlim nem tanto, a minha média é de uma por ano, mas a verdade é que só me sabe bem na praia, porque será?!

Bola-de-Berlim, Verão de 2013

junho 19, 2014

Banhistas de alforges



Banhistas de alforges só iam à praia em Setembro, após as colheitas

Praia de Quarteira, Setembro de 1966

junho 18, 2014

Ainda sobre os banhos santos - Monchique


Também em Monchique há a tradição dos banhos santos ou rituais, no entanto a especificidade do “Banho do 29” é que aqui ele ocorre a 29 de Setembro, dia de S. Miguel; enquanto que em outras zonas realiza-se (ou realizava-se) ou a 24 de Junho, associado à noite de S. João ou a 29 de Agosto (dia de S. João da Degola). 

(...)

Estes banhos purificadores destinavam-se, igualmente aos animais. Reza a tradição que este banho “valia por nove” e tinha um poder curativo. Como no final de Setembro as noites já são bastante frescas, os banhistas aqueciam-se graças à ingestão de aguardente de medronho.

junho 17, 2014

S. João - Algarve

Como prometido eis a continuação do post anterior sobre as particularidades do Algarve nas celebrações do S. João (que afinal não é só do Porto!)

Banhos santos e rituais – particularidade algarvia:


Em muitos lugares existem duas datas para os banhos santos: a noite de S. João, a 24 de Junho, e o dia 29 de Agosto – o S. João da Degola.
A 24 de Junho, as gentes do campo e da beira-mar vão aos banhos da Serra – designadamente aos balneários termais de Monchique – para o banho santo, fazendo-se aí em seguida a festa, com dança e música pela noite fora. Pelo contrário, as gentes da Serra e do interior vão de preferência tomá-los às praias – da Rocha, da Carrapateira, etc. – mas no dia 29 de Agosto.

junho 16, 2014

S. João - Santos Populares

As festas dos Santos populares realizam-se em Junho:

13 de Junho - S. António
24 de Junho - S. João
29 de Junho - S. Pedro

Festejos a propósito de S. João:

Distinguem-se pela sua feição eminentemente festiva, extrovertida e popular, e pela grande variedade de aspectos que apresentam e riqueza da sua problemática e das suas significações, nomeadamente no que se refere às virtudes das ervas, do fogo e das águas nessa noite, às fogueiras e banhos rituais, às abluções e práticas divinatórias e propiciatórias, relacionadas sobretudo com o casamento, a saúde e a felicidade.


S. João, na Bíblia aparece representado com cordeiro divino - pastor. Ligado a práticas mágicas específicas da festividade referem-se ao gado.
No Sul têm lugar banhos santos aos animais, cábreas e ovelhas, pelo S. João.

No Algarve em particular.... Descubra no próximo post as particularidades algarvias!

junho 14, 2014

Tríade do turismo algarvio

No início do século XX a tríade do turismo algarvio era a Praia da Rocha, Monchique e Sagres; a primeira pelo seu clima ameno ao longo de todo o ano, competindo com as famosas estâncias internacionais, como Biarritz, Monchique é considerado o éden e Sagres é local de visita obrigatória, dada a sua carga simbólica e quase mítica, associada à Expansão e à figura do Infante. Muito timidamente, surgem as primeiras unidades hoteleiras (condignas dessa designação): em Vila Real de Santo António o Hotel Guadiana, em Faro o Grande Hotel… 

junho 13, 2014

Santo António

Porque hoje é dia de S. António (de Lisboa ou de Pádoa?!?!)

Santo António, Igreja Matriz de Albufeira

junho 12, 2014

Travel guide - 19th century

The English publisher John Murray III created a proper travel guide based on the descriptions of different foreigners who visited the Algarve during the first half of the 19th century containing some practical advice:


“(…) travellers must protect themselves against a very dangerous reptile, the gecko, or as it is known here the ‘osga’. A bite from this lizard, although it is often not fatal, is in all cases dangerous, especially when inflicted on an outsider, feverish from the journey and the heat of the Algarve sky. They are generally to be found in cool, dark places and sometimes they take refuge in unoccupied houses. And so when they are lodged in one of these houses, tourists must take care."

junho 10, 2014

Leopold Alfred Gabriel Germond de Lavigne, travelling in Algarve

Leopold Alfred Gabriel Germond de Lavigne, a senior French official in the Ministry of War at the time he was travelling through the province, said:

“At present there are no accessible roads to get from the centre of Portugal to the west of the interesting province of the Algarve. The peaks that separate these two regions are only accessible by mule, and the tracks are not always practicable. The least difficult route would be the one that crosses the Serra de Monchique and winds down through this small village to Vila Nova de Portimão and Lagos. A railway is being built to extend the existing line that links Lisbon to Beja and Casevel; until this has been completed, we have to get a public coach from Beja to Mértola, an old Moorish city; we continue down the Guadiana, squeezed between the Portuguese and the Spanish banks as far as the mouth of the river. There, in Vila Real de Santo António we come across other coaches, even worse, which cross the whole kingdom from east to west via Tavira, Faro, capital of the province, Albufeira, Portimão and Lagos.


In Lagos we hire a coach. During the journey we have lunch in the beautiful village of Figueira, from the provisions that we brought for two days. (…) These consisted of bread from Lagos, tuna dried in the sun and cut into pieces, sardines in olive oil, tinned mortadella, wine from Portimão, excellent water, chestnut coffee and medronho brandy. 

junho 06, 2014

Testemunho de Manuel Joaquim d’Almeida (inglês)

Manuel Joaquim d’Almeida, who was Civil Governor and deputy for the constituency of the Algarve, was a frequent traveller to Lisbon and he described his experiences thus:

On one of these occasions, because my mother was going, they took me so that I could experience the delights of travelling in those days. It must have been in about 1888: you had to go by carriage to Vila Real de Santo António, and spend the night there in a rather uncomfortable inn, and the next day we boarded an old paddle steamer belonging to Sr. Alonso Gomes, which went up the Guadiana as far as Mértola, where we rested in another somewhat uninviting inn. The bumpy journey continued by carriage over ten leagues of ascending roads along the deserted, old road to Beja, with a break at the so-called ‘House of Change’, because that was where the horses were changed. That was where I first saw horses eating bread soaked in wine which they gave them because they looked so tired. The people there were bizarre and rather uninspiring. Strange looking figures were to be seen, wrapped in blankets, even lying on the ground. A dark night, fumes from the olive-oil lamps, we didn’t dare to sleep. Grandfather did not let go of his leather bag suspended on a strap across his shoulder. In the end we set off again, to get the train from Beja to Barreiro and Lisbon as is still the case today. You had to put up with great discomfort and danger, and it all had to be repeated on the return journey to Faro


junho 02, 2014

Contrato Sentimental, Lídia Jorge


"(…) não é do deserto que pretendo falar, é da minha pátria acessível, a mais privada, aquela para qual imagino uma nova Metrópole a organizar-se, diante do mar, e ainda que soe mal, por ela eu daria a minha vida, como aquele poeta mexicano, em relação a dez dos seus lugares.

                Refiro-me ao Algarve, uma região que se manteve durante séculos autónoma em relação ao país, mesmo no plano simbólico, de tal modo que por vezes os monarcas só a nomeavam depois de darem a volta ao Mundo, na enumeração que faziam dos seus territórios privados. (…)"

Contrato Sentimental, Lídia Jorge – Sextante Editora, 2009.p.149