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janeiro 05, 2017

Ligações



Em meados dos anos sessenta, a região [Algarve] foi contemplada com um aeroporto, o que iria trazer um benefício inquestionável, mas a par disso, inexplicavelmente, o desinteresse pela linha ferroviária tornou-a intransitável. (…) Até há pouco tempo, o Algarve permaneceu sem estradas capazes na ligação a Lisboa e a Espanha, e continuou sem infra-estruturas dignas, quando não mesmo inexistentes.


in: Contrato Sentimental, Lídia Jorge – Sextante Editora, 2009

janeiro 29, 2015

Região

"(…) durante as últimas décadas, esta região tem funcionado em relação ao corpo continental do país, como se fosse o resultado galopante duma adição de todas as suas partes. Há uma imagem que pode ajudar a descrevê-la – Basta representar o rectângulo, e ir inscrevendo nele região, parcela por parcela, até se atingir o limite sul do Baixo Alentejo. Aí chegando, desenhe-se um traço horizontal, proceda-se ao cálculo numérico, e obter-se-á o Algarve, entre os meses de Julho e Setembro."



in: Contrato Sentimental, Lídia Jorge – Sextante Editora, 2009, p. 150

junho 02, 2014

Contrato Sentimental, Lídia Jorge


"(…) não é do deserto que pretendo falar, é da minha pátria acessível, a mais privada, aquela para qual imagino uma nova Metrópole a organizar-se, diante do mar, e ainda que soe mal, por ela eu daria a minha vida, como aquele poeta mexicano, em relação a dez dos seus lugares.

                Refiro-me ao Algarve, uma região que se manteve durante séculos autónoma em relação ao país, mesmo no plano simbólico, de tal modo que por vezes os monarcas só a nomeavam depois de darem a volta ao Mundo, na enumeração que faziam dos seus territórios privados. (…)"

Contrato Sentimental, Lídia Jorge – Sextante Editora, 2009.p.149

janeiro 16, 2012


Em Olhos de Água, pequeníssima praia da zona de Albufeira, passava férias Lídia Jorge, escritora algarvia de Boliqueime. O encanto estava nos olheiros de água doce que surgiam quando baixava a maré. «As pessoas tinham uma relação com a praia muito natural» (recorda a escritora) «Até se amanhava o peixe nessas poças de água salobra».

Mais tarde, já a convite de Maria Aliete Galhós e inserida num grupo intelectual, Lídia Jorge continuava a gostar de passear ao longo da falésia, em direcção a Albufeira. Por ali, em grandes caminhadas à beira-mar, andavam igualmente Maria e Aníbal Cavaco Silva, nos anos 50 ainda adolescentes e apenas amigos.
 in: Revista Visão de 19-07-2007