janeiro 10, 2012

Empresária Inês Farrajota
A família era de Loulé e no verão mudavam-se de armas e bagagens para Quarteira. (…)
Lembra-se bem das mulheres que apareciam com grandes panelas para vender batata-doce, de manhã cedo na praia. Era um costume que, acredita Inês Farrajota, já vinha dos anos 20 e 30, quando os algarvios se levantavam muito cedo e iam dar um mergulho à praia logo de madrugada, para depois voltarem rapidamente para casa, “porque tinham medo que o sol fizesse mal”. A batata-doce, acompanhada de aguardente, era para ajudara a aquecer o corpo depois do mergulho matutino.
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À noite em Quarteira animava-se uma pequena vida social, que incluía, até, uma esplanada com orquestra a tocar, onde se ficava a jogar às cartas, a organizar concurso, a eleger misses. “Havia bailaricos, e vinham pessoas das redondezas. Aparecia a Simone de Oliveira e muitos fadistas.” A animação era regulada pela central eléctrica, que à uma da manhã emitia três sinais para avisar que a luz ia ser desligada e que era hora de recolher.
(…)
… a época de banhos prolongava-se por Outubro e até Novembro, altura em que chegavam os chamados “banhistas de alforge”, que só podiam ir a banhos depois de terminarem os trabalhos nas colheitas.
in: Revista Pública de 05.07.09 (p. 16 a 21)


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