"De Olhão a Tavira, a paisagem é deliciosa, na frescura dos seus arvoredos e na variedade das culturas onde avista o motivo dominante dos figueiraes. Alguns apeadeiros, facilitando a communicação com as vivendas … e com as aldeias que se aninham por vinhedos e pomares. Fuzeta, tão celebrizada pela excellencia dos seus vinhos, e pouco depois – Tavira.
A nossa primeira impressão da cidade é de inteiro agrado, ao percorrer a linda ponte, como um enorme hyphen a dividir os dois barros marginaes. A beira d’agua, d’essa ria imensa onde as areias da foz vão conquistando o passo de grandes embarcações, desdobra-se o jardim público, na garridez da floração, desenhando caprichosos arabescos em torno do coreto. Localisa-se áli um trecho de Veneza onde não faltam, n’um arremedo de gôndolas, as bateiras recurvas dos pescadores."
in: João Arruda - Cartas d’um viajor,1908, p. 117
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