"... não é do deserto que pretendo falar, é da minha pátria acessível, a mais privada, aquela para qual imagino uma nova Metrópole a organizar-se, diante do mar, e ainda que soe mal, por ela eu daria a minha vida, como aquele poeta mexicano, em relação a dez dos seus lugares.
Refiro-me ao Algarve, uma região que se manteve durante séculos autónoma em relação ao país, mesmo no plano simbólico, de tal modo que por vezes os monarcas só a nomeavam depois de darem a volta ao Mundo, na enumeração que faziam dos seus territórios privados. (...)"
In: Contrato Sentimental, Lídia Jorge – Sextante Editora, 2009, p. 149
Sem comentários:
Enviar um comentário