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fevereiro 25, 2016

Acendiam-se vastos espelhos de mar...


"De vez em quando. [...] acendiam-se vastos espelhos de mar, onde a luz se quebrava ao sabor da aragem, em mil facetas ardentes, até que, empecendo-lhes de todo o brilho, as dumas principiavam a ondular, miseravelmente... // Do lado da terra, pouco a pouco, as serras altas foram-se coando pelo azul do céu; as colunas nivelaram-se; por fim as árvores faltaram: a estrada rastejou, em lanços monótonos, na campina lavrada, com um risco de giz na ardósia limpa. Alargou-se o terreno em planície arenosa, malhada com azebre dos hortejos definhados, onde o hálito do mar se sentia arrefecer, e à vista de Ayamonte um leve aperto no coração dizia-me que já a saudade da paisagem familiar e amada começava ali...” 
Manuel Teixeira-Gomes

fevereiro 11, 2016

Tão embelezadora paisagem algarvia se idealizava...


“ Que lindíssima terra esta, [...], e o que temos nós a invejar à Sicília do Teócritico e mesmo ao panorama voluptuoso da Baía das Baías? E assim que era, naquele momento, a minha de ordinário tão embelezadora paisagem algarvia se idealizava, graças à magnificência do poente. [...] // A esfriou perto de Silves com o despontar da Lua, cuja luz desmaiada, curta, reintegrava os torreões da cidade na sua lendária arrogância. Tudo rescendia à flor das amendoeiras que branquejavam, juntas, no fundo dos vales, como um luar mais denso...e desse perfume se repassava o primeiro sono da minha viagem... [...] // Eu ia correndo o litoral algarvio, que é um ininterrumpido jardim, muito povoado de gente e de arvoredo; as amendoeiras, agora, na realidade do Sol, atraiam de novo as minhas imagens, que nelas pousavam de envolta com as abelhas. [...] //.."
Manuel Teixeira-Gomes

outubro 23, 2013

setembro 19, 2013

Litoral algarvio

«Eu ia correndo o litoral algarvio, que é um ininterrompido jardim, muito povoado de gente e de arvoredo; as amendoeiras, agora, na realidade do Sol, atraiam de novo as minhas imagens, que nelas pousavam de envolta com as abelhas. [...] // De vez em quando. [...] acendiam-se vastos espelhos de mar, onde a luz se quebrava ao sabor da aragem, em mil facetas ardentes, até que, empecendo-lhes de todo o brilho, as dumas principiavam a ondular, miseravelmente…»


Manuel Teixeira-Gomes

abril 26, 2012

Manuel Teixeira-Gomes e o Algarve

"Eu julgo que a realização perfeita da paisagem marítima grega, tal como os poetas da Antiguidade a conceberam, está no troço da costa do Algarve, entre a Ponta do Altar e a ponta da Piedade, isto é, desde a barra de Portimão até ao fecho da baía de Lagos. Pouco paisagista, os Antigos não nos deixaram descrições miúdas nem pinturas copiadas de trechos predilectos das costas da Grécia, das ilhas Jónicas, da Ásia Menor, da Sicília, nem de Nápoles, que era a parte principal, e a mais bela, da grande Grécia. Mas nalgumas paisagens dos seus poemas, e num ou noutro pano dos ‘frescos’ de Pompeia, desenharam-se perspectivas de costa e mar que idealizavam os modelos de hoje fáceis de rever. Sobre essas paisagens, não tais quais elas existem, mas tais como poderiam ser apurados os elementos que as compõem, formou-se uma tradição por assim dizer livresca, mas indestrutível, que faz com que ainda nos bancos da escola todos nós tenhamos mais ou menos a concepção de uma paisagem marítima grega; praias de areia fina e doirada; rochas de pitoresco recorte emergindo do mar cerúleo; arvores floridas, como a amendoeira, debruçando-se sobre as águas tranquilas de curtas enseadas, etc. Os poetas da Renascença, e os seus pintores, quando tinham de preparar fundos aos quadros mitológicos, aproveitavam essa tradição e traduziam-na em linhas chamadas clássicas.”
in: Viajantes, Escritores e Poetas – “M. Teixeira-Gomes e o Algarve”, Ana Carvalho, p.149.

janeiro 23, 2012

                                   

“Janeiro. – Extraordinário, este céu ao por do Sol! Todo coberto duma colgadura de púrpura, que parece arrastar-se por cima da ponte, mas rasgada a espaços sobre um fundo longínquo de porcelana verde..."
in: Viajantes, Escritores e Poetas – “M. Teixeira-Gomes e o Algarve”, Ana Carvalho, (p.149 e segs.)

janeiro 03, 2012

“ ... Não há perspectiva nem paisagem marítima que me não empalideça na imaginação, à lembrança e ao confronto dos trechos da costa Algarvia que conheço. E quando mais acentuadamente clássico e mediterrâneo é o quadro, melhor me ressalta a graça, a harmonia o acabado das composições que enriquecem as praias da minha província."


in: Viajantes, Escritores e Poetas – «M. Teixeira-Gomes e o Algarve», Ana Carvalho, (p.149 e segs.)