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fevereiro 11, 2016

Tão embelezadora paisagem algarvia se idealizava...


“ Que lindíssima terra esta, [...], e o que temos nós a invejar à Sicília do Teócritico e mesmo ao panorama voluptuoso da Baía das Baías? E assim que era, naquele momento, a minha de ordinário tão embelezadora paisagem algarvia se idealizava, graças à magnificência do poente. [...] // A esfriou perto de Silves com o despontar da Lua, cuja luz desmaiada, curta, reintegrava os torreões da cidade na sua lendária arrogância. Tudo rescendia à flor das amendoeiras que branquejavam, juntas, no fundo dos vales, como um luar mais denso...e desse perfume se repassava o primeiro sono da minha viagem... [...] // Eu ia correndo o litoral algarvio, que é um ininterrumpido jardim, muito povoado de gente e de arvoredo; as amendoeiras, agora, na realidade do Sol, atraiam de novo as minhas imagens, que nelas pousavam de envolta com as abelhas. [...] //.."
Manuel Teixeira-Gomes

setembro 15, 2014

Em Silves

«... O dia avança e o horário aperta­-nos entre a contingência de sair já ou de ficar por largas horas n’esta cidade adormecida que tem uma Sé sem bispo, um rio sem navegação, dois hotéis sem hóspedes e algumas prisões sem reclusos!» (Arruda, 1908, pp. 76 – 79)

março 08, 2014

Mulheres de Silves

“N’um mercado [em Silves] de trazer na algibeira, em terreno que enfrenta com o quartel, mulheres feias, de lenço vermelho e chapéu de feltro, saias de viuvez, acocoram-se diante das amostras de verdura e da fructa, entretendo os parenthesis de venda em colloquios amoráveis com os soldados da guarnição, que, em trajos sujos de caserna, com a beata atrás da orelha, vão despedindo olhares de braza e descascando pevides..."

in: João Arruda - Cartas d’um viajor. 1908, p. 78

janeiro 23, 2014

Lenda das amendoeiras em flor (Silves)

A lenda das amendoeiras em flor



APL 2346

 Informante: Era um rei mouro em Silves que apaixonou-se por uma princesa dos países nórdicos, casou com ela e trouxe-a para Silves para o castelo, só que passado muito tempo a princesa que era rainha ficou muito triste, e então o rei foi perguntar porquê e descobriu que era porque tinha saudades da neve e do seu país. Então o rei mandou plantar amendoeiras, quando na primavera fizeram flor, foi mostrar a rainha e ela ficou toda contente.
 Colector: Onde é que ouviu essa história pela primeira vez?
 Informante: Foi na escola, em Silves.
 Colector: Na escola primária?
 Informante: Sim.


janeiro 30, 2012

Silves

“Silves está já á vista, além do rio Arade, n’uma perspectiva scenographica, em amphitheatro, onde por entre borrões vermelhos de telhados contrasta a múmia pergaminhada da Sé Episcopal e os retalhos abandonados da fortaleza mourisca.”
Por isso ella arrasta hoje a vida monótona de cidade provincial, condemnada aos «trabalhos forçados» de fazer rolhas, quando os attractivos archeologicos gritam, em vão, pelos homens cultos, mostrando-lhes a vetusta cathedral – hoje templo matriz – considerado o mais importante do Algarve, ainda com ressaibos de mesquita, de naves magestosas e janellas em ogiva, que por algum tempo guardou os despojos de D. João II, até que o Rei Afortunado os fez trasladar ao mosteiro da Batalha.
N’um mercado de trazer na algibeira, em terreno que enfrenta com o quartel, mulheres feias, de lenço vermelho e chapéu de feltro, saias de viuvez, acocoram-se diante das amostras de verdura e da fructa, entretendo os parenthesis de venda em colloquios amoráveis com os soldados da guarnição, que, em gtrajos sujos de caserna, com a beata atrás da orelha, vão despedindo olhares de braza e descascando pevides.
O dia avança e o horário aperta­-nos entre a contigencia de sahir já ou de ficar por largas horas n’esta cidade adormecida que tem uma Sé sem bispo, um rio sem navegação, dois hotéis sem hospedes e algumas prisões sem reclusos!”
in: João de Arruda - Cartas d'um Viajor, 1908, pp. 77-79